Nesse mês de Combate ao Suicídio vamos tratar de saúde mental dos colaboradores de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos.
O tema em questão vem ganhando cada vez mais relevância no mundo corporativo na medida em que os transtornos de saúde mental passam a serem tratados de forma mais séria, como um assunto de saúde pública.
Depressão não é frescura, não é preguiça, não é desculpa. É uma doença e como tal deve ser tratada.
Uma pesquisa realizada em 2016 pela American Bar Association com mais de 13mil advogados norte-americanos, constatou que 28% deles estavam naquele momento sofrendo algum grau de depressão, enquanto a ansiedade atingia 19%[1].
O Brasil é um dos campeões mundiais de casos de depressão, variando a sua incidência entre 3 e 11% da população, mais frequentemente ainda em mulheres. Segundo uma pesquisa recente (PLosONE, 2012) na Grande São Paulo, 30% da população sofre de algum tipo de transtorno mental, sendo que 1/3 desse total apresenta alterações consideradas graves.[2]
E os advogados pertencem a uma das categorias que mais sofrem com o estresse, fator preponderante para desencadear problemas com a saúde mental.
Dito isso, é preciso se perguntar: qual o impacto desses dados para o meu escritório ou departamento jurídico?
Além do cuidado com as pessoas, da empatia com um colaborador ou colega de trabalho, é preciso ter em mente que, de forma objetiva, os problemas de saúde mental têm impacto direto na receita da sua organização:
As faltas do colaborador doente são cada vez mais frequentes e prolongadas, por vezes com a necessidade de reforço no quadro de colaboradores;
A produtividade do colaborador cai, o que reflete também na equipe em que está inserido;
A ausência de ajuda médica especializada pode acarretar a perda de um talento.
E as organizações podem zelar por um ambiente saudável de trabalho, prevenindo esse tipo de ocorrência.
Como medidas preventivas podemos elencar palestras ou campanhas abordando temas sobre saúde mental, como prevenir os transtornos, cuidados com a saúde e alimentação, incentivo a prática de esportes, treinamento sobre gestão de tempo, liderança consciente.
Outra medida de muito impacto é evitar situações que favoreçam o estresse no ambiente de trabalho:
Volume de trabalho: os colaboradores devem ser capazes de concluir as tarefas dentro do prazo previsto e não devem ficar com longos períodos ociosos.
Adequação da complexidade do trabalho à experiência do profissional;
Comunicação clara e assertiva, sem diretrizes contraditórias;
Definição de papeis e responsabilidades no ambiente organizacional e alinhamento de expectativas. A transparência é ponto crucial para a condução de uma equipe;
Atenção às mudanças organizacionais: a gestão de mudanças é ponto essencial para a manutenção da estabilidade de uma organização – comunicação clara sobre as modificações, participação e pertencimento da equipe nos projetos trazem excelentes resultados.
Organizações que se preocupam com a saúde e qualidade de vida dos colaboradores são reconhecidas como bons lugares para se trabalhar, possuem alta taxa de engajamento, produtividade e lucratividade.
Além disso, o pertencimento e dedicação do time garantem a consolidação da marca da organização, além de contribuir para a fidelização dos clientes.
Pense nisso, pratique a gestão!
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Danielle Alves Gestão Legal, na medida certa para a sua advocacia!
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